O Brasil era mais inocente no longínquo 2012. Não havíamos passado ainda pelos perrengues que nos sacudiram nos últimos tempos: manifestações de 2013, Lava Jato, golpeimpeachment, Vampirão (volte, nunca criticamos!), desgoverno Bolsonaro e Janjo III, o retorno. Um símbolo daqueles anos dourados foi Avenida Brasil, a novela sucesso de público e crítica que parou o país. Como alguém certamente já disse no Twitter, “depois que Avenida Brasil acabou, nada mais deu certo”.
Todos os anos o Pornhub divulga um relatório, o “year in review”, que apresenta algumas informações interessantes sobre as preferências do público. Nosso Brasil varonil, por exemplo, é a décima maior audiência do site: os termos mais buscados por aqui são “hentai”, “brasileira” e “milf”, e a categoria que mais apreciamos é “Transgender” (claro, sempre no sigilo, usando aba anônima e limpando os cookies).
A gente se inspirou livremente nesse relatório, e dadas as pequenas diferenças orçamentárias entre nós e o Pornhub, fizemos algo bem próximo, quase igual: a partir dos dados do Google sobre as pesquisas em que fomos mostrados ao longo de 2022, geramos a bela nuvem de palavras mostrada abaixo. Diferentes formas de se buscar um mesmo assunto foram agrupadas – por exemplo, “o que significa xerecard”, “usando xerecard” e “xerecard foto” foram todas consideradas juntas, como “xerecard”. Quanto mais buscado foi determinado assunto, maior a fonte usada para representá-lo no mapa. Simples, bonito, e nos dá uma boa noção sobre o que passa nas cabeças das pessoas quando elas topam com nosso site.
O título já diz tudo: temos usado já há algum tempo os principais apps para busca de parceiros para swing e ménage: 3Fun, Feeld e Ysos. Seguem nossas impressões sobre cada um deles, e mais alguns comentários a respeito desse uso tão peculiar da tecnologia.
Gostamos de casas de swing porque elas desburocratizam a putaria. Enquanto os apps foram tomados por gente que diz “buscar amizades”, mas é incapaz de dizer mais que um “oi” no chat, nas casas você satisfaz os hormônios libidinosos sem precisar sequer saber o nome dos envolvidos. Apreciamos muito isso, e só não as frequentamos mais por causa das indisponibilidades típicas da vida do proletário.
No Rio de Janeiro há três estabelecimentos que se dedicam exclusivamente ao swing: 2a2, Mistura Certa e Asha Club Rio. Visitamos a 2a2 ano passado, e fomos ao Mistura meses atrás; faltava apenas a Asha para completarmos a tríplice coroa da putaria carioca. Assim, quando um feriadão livre nos surgiu, não pensamos duas vezes, e viajamos até a Barra da Tijuca para buscar a última figurinha de nosso álbum.
Semanas atrás confessamos as duas grandes frustrações que temos envolvendo o sexo pago: nossa temporada como casal de programa ter se encerrado sem clientes, e o fato de nunca termos conseguido desvirtuar uma “civil” (mulher que não é acompanhante) e convencê-la a transar conosco por dinheiro. Ao postarmos isso estávamos cientes de que talvez recebêssemos alguns convites, principalmente de homens desejando nos contratar; contudo, como ménage masculino não é uma de nossas prioridades, iríamos recusá-los.
Contudo, como diz o filósofo, a vida é uma caixinha de surpresas. Quase dois meses depois da publicação do texto, recebemos o contato de um leitor, Cláudio. O destino dele seria uma educada dispensa, assim como os demais, mas esse início de conversa chamou nossa atenção:
Este é um post bem objetivo, um tapa-buraco enquanto não temos tempo para desenvolver outros temas que estão em nossa lista de pautas. A intenção dele é ajudar você, exibicionista como nós, a entender melhor quais os limites que Instagram e Twitter – as principais redes usadas por quem quer mostrar suas vergonhas por aí – impõem a conteúdos sensuais e eróticos.