Vibradores – o prazer é todo meu!

Se há um egoísmo mais gostoso do que propiciar o próprio prazer, desconheço. Quando se é mulher e se cresce em um mundo que nos impõe o sexo como algo sujo e cheio de moralismos, ser capaz de se dar o próprio prazer é algo que deve ser sempre valorizado e estimulado.

Apesar do moralismo ainda existente, a busca pelo orgasmo próprio é cada vez mais discutida, e o uso de vibradores acaba sendo um dos tópicos mais abordados. Há diversos tipos de brinquedos disponíveis no mercado, e por aqui temos um belo arsenal para que eu goze sozinha ou acompanhada.

Logo no nosso primeiro encontro levei os meus antigos toys – um bullet, e o clássico, quase vintage, pênis com vibrador. Devido às muitas horas de vôo os meus brinquedos já funcionavam precariamente, e talvez tocado por isso o Sr. Fetichista me presenteou com um golfinho já no nosso encontro seguinte.

O golfinho é um modelo simples, desenhado para estimular principalmente o ponto G. Contudo, dada minha anatomia – lembrem-se, cada mulher é única, o que funciona com uma não necessariamente funcionará com todas – e minhas preferências, o golfinho acabou não sendo o melhor encontro da minha vida. A vibração do motor não é forte o suficiente para chegar até o bico, que também tem um formato que me incomoda um pouco. Assim, em uma escala de 0 a 10, ele fica na média – com 5, passa na recuperação, e não é usado há anos.

Logo que começamos a namorar veio o segundo vibrador, pouco convencional no formato, mas com muitas possibilidades: um modelo que é colocado na calcinha e acionado por controle remoto, com 10 modos de vibração diferentes. Ele vibra gostoso, mas não foi capaz de me propiciar nenhum orgasmo em praça pública – usei ele num encontro com outro casal em um restaurante, e também no dia em que passeei amarrada no shopping. Se na calcinha ele não surtiu efeitos, na hora do sexo ele cumpre bem o seu papel – o Sr. Fetichista gosta de usá-lo no meu grelo enquanto me come, e é uma delícia. Esporadicamente recorremos a ele, mas não indico como o mais importante de uma coleção.

Em plena pandemia e com bastante tempo livre resolvemos dar ouvidos aos comentários sobre a varinha mágica, e apostamos nela. Deu mais que certo, e por um bom tempo foi o toy que mais utilizamos! Carregávamos nossa companheira para todo lugar: fizemos um ménage em que nossa convidada saiu pedindo mais, a apresentamos a uma profissional que adorou… Usamos tanto que ela acabou morrendo, tadinha, e tivemos que comprar uma substituta.

A anatomia da varinha parece desinteressante à primeira vista, pois ela não permite a penetração (na teoria), mas há muitas explorações possíveis. Uma das mais gostosas é a estimulação que começa pelas coxas, vai subindo até os lábios, e só depois de uma tortura em toda a área o foco passa para o grelo. Isso tudo é feito usando os diferentes modos de vibração: na nossa, nos três primeiros a vibração é contínua, com intensidade crescente (nossos preferidos), e os restantes são pulsos diversos, com frequências e intensidades bem diferentes entre si – um mundo a ser explorado. A varinha também pode ser usada nos homens, estimulando o períneo e as bolas enquanto rola aquela chupada caprichada na cabeça do pau, e também durante a penetração, de maneira que ambos sintam seus estímulos. Eu diria que ela é 10/10, causadora de meu primeiro squirt e, na nossa opinião, item de cabeceira básico de qualquer mulher e casal.

Quando achei que tivéssemos atingido o ápice dos sex toys com a varinha, começamos a ouvir falar de um tal sugador de clitóris. Os relatos eram de orgasmos rápidos e certeiros, melhores do que os orais meia-boca (perdão pelo trocadilho) que estamos acostumadas a receber por aí, mas levamos um tempo para comprar um por dois motivos: além do sr. Fetichista curtir e fazer um oral muito bom, esse toy tinha um valor bem mais salgado que a média. Com o passar do tempo os preços caíram, e novos modelos surgiram; apareceu um na forma de porquinho com preço dentro de nossas possibilidades, e resolvemos pagar para ver se ele era mesmo tudo o que falavam.

Meu primeiro contato com o Porquinho não foi nada do que eu esperava – fui pega de surpresa, com direito a ser vendada e imobilizada, mas terminei sem gozar porque achei ele um pouco incômodo. Incomodado com a frustração, o Sr. Fetichista me disse para que eu me posicionasse da maneira mais confortável possível, e deu o brinquedo em minhas mãos para que eu o controlasse sozinha. O resultado? Squirt!!!

O porquinho passou a ser um convidado assíduo em nossa cama. Gosto muito quando ele é usado em toda área, indo desde o períneo até o clitóris; nesse caso, a sucção do grelo é feita de baixo para cima, estimulando uma área normalmente desprezada, a comissura (não sabe o que é? Descubra em nosso texto sobre como chupar uma buceta). Cada mulher goza de uma maneira, sabemos disso, mas é fato que, usando a velocidade máxima por seis minutos eu consegui gozar três vezes (sim, esse texto teve toda uma pesquisa de campo. Não imaginam o quanto foi difícil). Uma nota para o trabalho de Mr. Piggy? 100/10.

Mas, como a indústria dos sex toys não conhece limites para nos fazer gozar (amém!), um belo dia vimos uma matéria na internet em que a repórter descrevia um brinquedo que a havia feito gozar dezoito vezes em um único dia, até que sua mão ficasse lesionada (perdemos o link, mas adoraríamos agradecer a essa missionária do prazer). Ela falava do Fancy (alguns chamam também de sereia, mas achamos Fancy um nome bem melhor), que nada mais é do que a união de um vibrador com um sugador em um único objeto. Quanto ao uso, não tem mistério: uma parte é encaixada dentro da buceta, e a outra fica de fora no clitóris. Cada extremidade pode atuar em ritmos diferentes, juntas ou separadas, mas no final o resultado é sempre delicioso.

Claro, também fiz testes específicos com o Fancy para escrever esse texto – o que não fazemos pela Ciência, não é? Minhas impressões:

1: Usando a velocidade três (de dez existentes) nas duas extremidades eu já gozei, mas usamos um truque: pedi que o Sr Fetichista colocasse um dedo dentro da minha buceta, apoiando o vibrador para que tivesse um contato maior com meu ponto G. Foi incrível.

2: Testamos ir subindo “lentamente” os diferentes modos de vibração e sucção, e gozei em 02:15.

3: iniciando do zero, a cada cinco segundos fui aumentando as velocidades até chegar no nível dez. Gozei em um minuto e meio – não dá nem pra chamar de orgasmo miojo, pois é metade do tempo que o macarrão instantâneo demora para ficar pronto!

Na escala de preferência o Fancy é o 1000/10. Indico ele para todas as amigas que estão na dúvida sobre qual toy apostar por unir as duas funções desejadas. Ele é sim um pouco mais caro, mas vale muito a pena. Para reduzir o impacto nas contas, pesquisamos bastante, e compramos essas coisas sempre no Aliexpress – há excelentes lojas de sex toys por lá, a entrega não demora tanto, e eles sempre vêm em embalagens super discretas. Outra possibilidade, especialmente para quem está começando no mundo dos toys agora, são lojas populares de roupas íntimas e lingeries: elas sempre têm alguns toys mais simples, bem baratos, e que cumprem seu papel – já paguei R$ 5,00 em bullets que viraram presentes para amigas numa dessas. O importante, no final, não é o brinquedo em si, mas a vontade e a disposição de buscar novidades, de ter prazer!