Um dos critérios que usamos para escolher destinos de viagem é as putarias que o local pode nos proporcionar. Isso ocorre com menos frequência do que gostaríamos, devido ao nosso status de pobres remediados; contudo, aconteceu recentemente, e assim optamos por visitar São Paulo, metrópole com inúmeras opções libidinosas.
O Brasil era mais inocente no longínquo 2012. Não havíamos passado ainda pelos perrengues que nos sacudiram nos últimos tempos: manifestações de 2013, Lava Jato, golpeimpeachment, Vampirão (volte, nunca criticamos!), desgoverno Bolsonaro e Janjo III, o retorno. Um símbolo daqueles anos dourados foi Avenida Brasil, a novela sucesso de público e crítica que parou o país. Como alguém certamente já disse no Twitter, “depois que Avenida Brasil acabou, nada mais deu certo”.
Gostamos de casas de swing porque elas desburocratizam a putaria. Enquanto os apps foram tomados por gente que diz “buscar amizades”, mas é incapaz de dizer mais que um “oi” no chat, nas casas você satisfaz os hormônios libidinosos sem precisar sequer saber o nome dos envolvidos. Apreciamos muito isso, e só não as frequentamos mais por causa das indisponibilidades típicas da vida do proletário.
No Rio de Janeiro há três estabelecimentos que se dedicam exclusivamente ao swing: 2a2, Mistura Certa e Asha Club Rio. Visitamos a 2a2 ano passado, e fomos ao Mistura meses atrás; faltava apenas a Asha para completarmos a tríplice coroa da putaria carioca. Assim, quando um feriadão livre nos surgiu, não pensamos duas vezes, e viajamos até a Barra da Tijuca para buscar a última figurinha de nosso álbum.
Temos raras oportunidades de sair à noite e aproveitar os (poucos) eventos cariocas dedicados à putaria. Assim, quando a sorte nos sorriu e surgiu uma brecha em nossa rotina proletária, decidimos aproveitá-la ao máximo: iríamos na Inferninho, uma festa na Lapa que chamava nossa atenção já há algum tempo, e depois daríamos um pulo no Mistura Certa, uma das principais casas de swing do Rio de Janeiro. A idéia foi excelente, mas a realidade se impôs e tivemos uma noite abaixo de nossas expectativas. Detalhamos ambas as experiências a seguir, mas, resumidamente, nos fudemos e não fudemos.
Nossas férias tiveram outros episódios de putaria, além da visita a um clube BDSM que relatamos no último post. O principal deles – houve outros, não tão bem-sucedidos, mas que quem sabe serão relatados aqui um dia – foi nossa visita a uma casa de swing. Não foi nossa primeira experiência em um local assim, pois já havíamos ido à 2a2 no Rio, mas, foi algo tão mais legal, tão diferente do que passamos antes, que não podíamos deixar de relatar.
Ir à uma casa de swing estava em nossa lista de desejos desde o início de nosso relacionamento. Não era uma questão de “se”, mas sim de “quando”; assim, aproveitamos o arrefecimento da pandemia e o fato de termos completado nossa imunização para finalmente eliminarmos essa pendência. Escolhemos a 2a2, localizada na Zona Sul do Rio, e já conhecida de ambos por conta de visitas em nossas vidas pregressas.