Espartilho
Esse é um relato diferente dos outros que costumamos postar por aqui. Tem muito menos sexo do que vocês gostariam, mas talvez explique o porquê de estarmos mais calmos nos últimos tempos – quase sumidos, na verdade.

Esse é um relato diferente dos outros que costumamos postar por aqui. Tem muito menos sexo do que vocês gostariam, mas talvez explique o porquê de estarmos mais calmos nos últimos tempos – quase sumidos, na verdade.
Em fevereiro fomos a uma “pool party” na Riozin, pousada liberal na Barra da Tijuca, e relatamos nossa experiência aqui. Tivemos uma impressão positiva sobre o local em si – bonito, limpo e bem organizado – mas nos decepcionamos um pouco com o público, que estava mais disposto a conversar do que a fuder. Percebemos que antes de formar uma opinião definitiva deveríamos retornar à casa e conferir se as festas noturnas seriam mais animadas ou teriam o mesmo “ranço de festa de clube” (palavras do DJ da pool party).
A gente segue uma linha editorial neste blog: não contamos todas as experiências que vivemos, mas apenas as que achamos que podem ser relevantes para outras pessoas. Gostamos de saber que nossos textos podem ajudar alguém a pôr em prática seus desejos, especialmente numa época em que é cada vez mais difícil encontrar relatos confiáveis e isentos sobre o meio liberal. Por isso, escrevemos sobre todas as primeiras vezes em que fomos a casas de swing do Rio de Janeiro: em 2021 visitamos a 2a2, e em 2022 o Mistura Certa e a Asha. Seguindo esta tradição, temos mais um relato quentinho, saindo do forno: nossa primeira vez na Riozin.
Um dos critérios que usamos para escolher destinos de viagem é as putarias que o local pode nos proporcionar. Isso ocorre com menos frequência do que gostaríamos, devido ao nosso status de pobres remediados; contudo, aconteceu recentemente, e assim optamos por visitar São Paulo, metrópole com inúmeras opções libidinosas.
O Brasil era mais inocente no longínquo 2012. Não havíamos passado ainda pelos perrengues que nos sacudiram nos últimos tempos: manifestações de 2013, Lava Jato, golpe impeachment, Vampirão (volte, nunca criticamos!), desgoverno Bolsonaro e Janjo III, o retorno. Um símbolo daqueles anos dourados foi Avenida Brasil, a novela sucesso de público e crítica que parou o país. Como alguém certamente já disse no Twitter, “depois que Avenida Brasil acabou, nada mais deu certo”.
Gostamos de casas de swing porque elas desburocratizam a putaria. Enquanto os apps foram tomados por gente que diz “buscar amizades”, mas é incapaz de dizer mais que um “oi” no chat, nas casas você satisfaz os hormônios libidinosos sem precisar sequer saber o nome dos envolvidos. Apreciamos muito isso, e só não as frequentamos mais por causa das indisponibilidades típicas da vida do proletário.
No Rio de Janeiro há três estabelecimentos que se dedicam exclusivamente ao swing: 2a2, Mistura Certa e Asha Club Rio. Visitamos a 2a2 ano passado, e fomos ao Mistura meses atrás; faltava apenas a Asha para completarmos a tríplice coroa da putaria carioca. Assim, quando um feriadão livre nos surgiu, não pensamos duas vezes, e viajamos até a Barra da Tijuca para buscar a última figurinha de nosso álbum.