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Não existe amor em SP (mas putaria, sim!)

Um dos critérios que usamos para escolher destinos de viagem é as putarias que o local pode nos proporcionar. Isso ocorre com menos frequência do que gostaríamos, devido ao nosso status de pobres remediados; contudo, aconteceu recentemente, e assim optamos por visitar São Paulo, metrópole com inúmeras opções libidinosas.

Mulher de lingerie numa sacada à noite, com São Paulo ao fundo
Sampa aos meus pés.

Após inúmeras leituras e conversas com seguidores de SP em nosso Instagram (suspenso por tio Mark logo antes de viajarmos, mas já recuperado), decidimos ir a três lugares com diferentes propostas: o bar Dominatrix Augusta, a casa de swing Inner Club e a festa Violet bibi, que aconteceria na Spicy Club, outra casa de swing paulistana. Escolhemos o Dominatrix e a Violet Party porque não há nada parecido com eles no RJ – o primeiro é um bar com temática BDSM/fetichista, e a segunda é uma festa liberal amigável ao público LGBTQIA+. Já nossa opção pela Inner aconteceu quando lemos, em uma reportagem do TAB UOL, a seguinte afirmação feita por uma das sócias: “As outras são baladas liberais, aqui é um clube de swing“.

Dominatrix Augusta

Nossa tour de putaria começou pelo bar Dominatrix Augusta, numa noite cuja atração principal seria uma cena envolvendo wax play. Como já dissemos antes por aqui, curtimos o BDSM não como um fim em si, mas sim como “algo a mais” dentro da putaria, o que de certa forma vai de encontro ao espírito mais tradicional e litúrgico do Dominatrix. Assim, nossas expectativas para a noite eram baixas, sabíamos que não rolaria nada demais.

Mulher sentada num sofá, sorrindo, vestindo calça látex e blusa branca quase transparente
Antes de nossa visita ao Dominatrix. Seria essa uma boa bottom pronta para ser dominada?

Apesar do nome, o Dominatrix não fica localizado na famosa rua Augusta, mas sim numa perpendicular a ela – a denominação parece estar mais associada a uma personagem da São Paulo do início do século XX do que à rua em si. O espaço possui dois andares: no térreo há o bar propriamente dito, e no piso superior, um palco em que ocorrem as performances, além de mesas e cadeiras para os espectadores. Em todo o ambiente a decoração é predominantemente negra, mas na escada a penumbra é prudentemente quebrada por uma iluminação vermelha. Dentre todos os elementos decorativos, o que mais chamou nossa atenção foi o grande quadro branco no segundo piso com as regras do espaço, que nos pareceram bem razoáveis.

Pegamos nossa comanda no bar do térreo e subimos para o segundo piso. Procuramos por uma mesa próxima ao palco, mas não tivemos tanta sorte; o espaço, pequeno, era apenas suficiente para abrigar os poucos frequentadores naquela noite fresca de quarta-feira. Nos acomodamos mais ao fundo, no lado oposto ao palco, próximo de um pequeno balcão no qual bonitos artefatos BDSM eram expostos e vendidos a preços incompatíveis com nosso saldo bancário. Esperamos um pouco, e fomos surpreendidos por um show de bambolês de LED – sim, bambolês de LED num bar fetichista. Obviamente aquilo nada tinha a ver com sensualidade ou BDSM para nós, mas ficamos admirados pela habilidade exibida pelo dançarino, que se apresentava dominando até quatro círculos piscantes ao mesmo tempo. Mas, se faltou sensualidade nessa apresentação, sobrou na atração principal: Lua, a delicada garçonete da casa, serviu como bottom para a dominadora da noite, Rainha Yvie, em uma cena de wax play.

Apreciadores que somos desta prática, não nos decepcionamos com a bela exibição de duas mulheres que exalavam sensualidade e levavam a imaginação longe. Ao final do show – que terminou com Lua nua, coberta de cera – eu, como boa bottom que (eventualmente) sou, me ofereci para Yvie, queria experimentar suas velas. Tirei o body branco que estava usando e fiquei apenas de sutiã; foi uma delícia sentir aquela cera quente, com leve cheirinho de côco, tocar meu colo e meus seios. Não pensei duas vezes e arrastei o sr. Fetichista para a brincadeira: eu e Yvie o provocamos com pingos no pescoço, e no final apaguei a vela em seu corpo. Foram ótimos momentos, e além do fetiche vale destacar que Yvie foi extremamente simpática e legal conosco.

Inner Club

Nossa exploração dos prazeres paulistanos continuou na sexta-feira, quando visitamos o Inner Club. A casa é imponente, e tem uma estrutura de alto nível. Na área “comum” há dois bares, uma pista de dança cercada por muitas mesas (muitas mesmo, ficamos até surpresos com a quantidade delas), um pequeno fumódromo e um mezanino. Já a parte destinada à putaria é ainda mais surpreendente: além das dezenas de cabines, que acabam formando um labirinto (e muitas delas se comunicam entre si através de buracos nas paredes), há um ônibus, um octógono, um cinema, uma masmorra, e um espaço que lembra uma pequena praça. Contudo, sentimos falta da hospitalidade carioca: diferente das casas daqui, não havia ninguém para nos apresentar o lugar e, principalmente, explicar que o mezanino é uma área VIP, restrita. Assim, quando subimos lá, fomos “convidados” a nos retirar por uma atendente nem um pouco simpática.

Depois deste episódio pegamos um drink e ficamos um pouco na pista de dança, observando as pessoas, antes de ir para a área da putaria em busca de interações. A maioria dos casais encontrava-se numa faixa etária próxima à nossa. Havia pouca gente muito mais nova, e certamente havia mais pessoas próximas dos cinquenta, do que perto dos vinte. Alguns casais eram montados, já em outros claramente só a parte masculina estava curtindo; nada muito diferente do que já vimos em outras casas de swing. Acabamos nossa bebida, e fomos explorar a área reservada à putaria. Fiz um boquete no sr. Fetichista no cinema – aproveitando a oportunidade, afinal isso tem se tornado uma missão quase impossível nos cinemas “de verdade” – e nos enveredamos pelas cabines, aproveitando os glory holes: ora colocando meu peito, ora colocando o pau, ora chupando, mas não passamos muito disso. O máximo de interação que tivemos, nesse momento, foi trocar carícias e chupadas com um casal mais velho que estava na cabine ao lado da nossa, mas, quando os convidamos para se juntarem a nós e ir além disso, refugaram.

Voltamos à pista, e assistimos aos shows de strippers. Normalmente não ligamos para este tipo de atração, mas os da Inner foram ótimos. O masculino – um cara com a alcunha de “Titanic” – tirou a roupa de algumas mulheres que estavam no entorno da pista, e terminou seu show colocando todos para dançar ao som de “YMCA” (o tema da noite era flashback). Depois dele foi a vez do show de bi feminino… e, sério, foi muito melhor que os shows de pole dance que vemos nas casas daqui. As duas dançarinas fizeram de tudo, entre si e com algumas mulheres da pista: beijos, uma comendo a outra com cinta-caralho, sexo oral, bolinhas tailandesas saindo da ppk na frente de todo mundo… Elas e “Titanic” protagonizaram o melhor show que já vimos em uma casa de swing até hoje.

Mulher vestindo calça látex e blusa branca quase transparente, de costas numa sacada à noite, com São Paulo ao fundo
Não há fotos do dia em que fomos à Inner, então postemos uma imagem desta bunda deliciosa.

Depois do show voltamos a explorar as cabines e demais áreas voltadas para putaria. A essa altura, estávamos ainda mais empolgados, graças a algumas doses de um delicioso drink adequadamente chamado de “Orgasmo”. Essa empolgação, infelizmente, não resultou em maiores interações com outras pessoas; o máximo que rolou foi uma troca de boquetes/punhetas/siriricas com um casal que estava em uma cabine na “pracinha”.

Dá pra dizer que o gigantismo da Inner atrapalha um pouco o final da noite, pois o fato da casa ser muito grande faz com que ela rapidamente pareça vazia quando as pessoas começam a ir embora. Contudo, havia um agrado para os “inimigos do fim” como nós: uma mesa de café da manhã deliciosa, com destaque para uma torta de chocolate. Fomos embora com o sol raiando, felizes com a experiência com um todo, mas com um gostinho de quero mais com relação às putarias.

Festa Violet bibi / Spicy Club

É, até que não estamos tão mal assim: no noite seguinte ainda tivemos energia para continuar nosso tour libidinoso por São Paulo. A escolha da vez foi a festa Violet bibi, na casa de swing Spicy Club, e o que nos atraiu foi a proposta do evento: “A Violet bibi é um espaço seguro e acolhedor, onde indivíduos com orientações diversas podem se reunir, compartilhar experiências e se divertir sem o medo de julgamentos ou aprender. É um momento de empoderamento, onde todos são livres para se expressar e se sentirem plenamente aceitos. Se você é pan ou bissexual e se sente invisibilizado(a) no mundo do swing, saiba que sua presença é valiosa e necessária. Sua sexualidade merece ser celebrada, respeitada e incluída em todas as discussões e experiências relacionadas ao swing.”. Na nossa visão, o chamado “meio liberal” só é liberal até a página dois; queríamos ver como seria uma noite em que comportamentos fora da “heteronormatividade” fossem realmente aceitos e não discretamente reprimidos, como percebemos que acontece nas outras casas que já visitamos.

A primeira impressão que tivemos da Spicy não foi das melhores. Houve demoras na recepção e na fila da chapelaria, que estava muito grande. Após resolvermos isso, rodamos pela casa para conhecer melhor o lugar. A pista era bem pequena, e dividia o espaço do térreo com ambientes voltados para a putaria, de acesso liberado – basicamente, algumas cabines e um aquário de vidro. O acesso ao segundo andar era restrito a quem tivesse a pulseira fluorescente dada aos frequentadores com nome na lista da Violet Party; além de um camarote com vista para a pista e para o bar, esse piso tinha duas áreas destinadas à indecência. Uma delas possuía uma cama coletiva enorme, algumas cabines, e vista para o aquário do primeiro andar. A outra era quase um darkroom: mais escura, com uma cama central bem menor, e totalmente cercada por cabines. Nossa sensação foi que os ambientes da Spicy eram menos bem cuidados do que os da Inner, ou do que os da Asha/2a2 aqui no Rio.

Diferente da Inner, ficamos bem pouco na pista da Spicy, só a visitamos quando íamos ao bar pegar algo para beber. Ela sempre esteve lotada, até por causa de seu tamanho reduzido. O fumódromo também estava sempre cheio, mesmo não sendo dos menores. O povo por lá parecia composto de grupos de velhos amigos, fechados em suas rodinhas de conversa, e em determinado momento uma delas chamou nossa atenção: um cara tirou um saquinho de plástico transparente do bolso, abriu, pegou com o dedo um pouquinho da substância branca que estava dentro, e passou na boca. Ele entregou o saquinho para os outros participantes do grupo (todos bem jovens, por sinal), que fizeram o mesmo. Foi a primeira vez que presenciamos esse tipo de comportamento em ambientes liberais.

Mulher nua deitada de bruços com os pés para cima, com uma mão masculina em uma das bandas da bunda. em cada uma das bandas há duas carreiras de um po branco.
Temos nos interessado por culinária recentemente, então nada mais natural do que uma foto aleatória envolvendo farinha.

Entre uma visita e outra ao fumódromo fomos às cabines, aonde chupei alguns paus. O dono de um deles gostou tanto que estava disposto a tentar um contato extra-festa, e me deu seu cartão de visitas, com nome e patente da corporação em que ele trabalhava. Educadamente, expliquei que aquilo que acontece no swing, fica no swing. Mas, isso ainda estava aquém do que esperávamos, o que nos deixava um pouco decepcionados. Considerávamos ir embora quando decidimos dar mais uma volta pela casa, a última.

Chegamos na cama coletiva, e havia um casal se chupando no cantinho, ele em pé, ela ajoelhada. Nos aproximamos e começamos a fazer a mesma coisa. Eles não interagiram conosco, mas mais gente foi chegando perto; assim, logo depois eu já estava revezando entre o pau do sr. Fetichista e o de outro cara que estava empolgado com a cena. Quando dei por mim, o quarto estava cheio e as interações estavam alucinantes: eu chupando o cara, o sr. Fetichista sendo chupado por uma cross-dresser, dois homens se pegando e dividindo uma mulher entre eles, e mais dois casais onde as mulheres estavam transando gostoso com seus respectivos maridos assistindo. Não demorou muito, comecei a dar para o cara, enquanto outros ora me dedavam, ora me colocavam para mamar; a essa altura, a CDzinha também já estava sendo comida pelo sr. Fetichista.

Conforme isso tudo acontecia, mais pessoas iam se aproximando: a maioria mais tímida só assistia ao redor da cama, mas alguns iam chegando mais perto e se juntando a nós. Depois de um tempo, eu e o sr. Fetichista deixamos nossos parceiros e fomos para junto de duas mulheres que estavam se pegando, e nos atracamos a uma delas: enquanto eu chupava seus seios, o sr. Fetichista caiu de boca na buceta dela, e não saiu de lá até fazê-la gozar algumas vezes. Ela decidiu retribuir me chupando, ao mesmo tempo em que uma mulher trans a comia de quatro.

Isso tudo foi, literalmente, foda. Tivemos a sensação de que essa bagunça que participamos foi a principal atração da noite, dada a quantidade de gente que assistia. Cansados, descemos para ir ao banheiro e beber alguma coisa. O casal que estava na nossa frente na fila do banheiro entrou juntos e certamente decidiu fuder lá dentro, dado o quanto demoravam por lá; assim, para passar o tempo, o sr. Fetichista pediu que eu o chupasse. O cara que estava logo atrás de nós curtiu, e pediu para chupar também; por que não? Só que isso não rendeu muito, pois logo depois o banheiro foi liberado e conseguimos entrar.

Estávamos satisfeitos, e decidimos ir embora – mas, não sem antes dar uma última passada no darkroom. No caminho pra lá, uma cabine se abriu, e três ou quatro caras estavam saindo após comer uma mulher. O sr. Fetichista se lembrou que ela estava na cama coletiva, entrou, trocou duas ou três palavras com ela e começou a beijá-la e a chupar seus seios. Ela até correspondeu, mas depois de ter dado para todo aquele bando precisava ir ao banheiro, e acabamos nos perdendo dela. Chegamos no darkroom, e logo fui atacada por uma mulher que estava literalmente caindo de bêbada. Por sorte, conseguimos evitar que um cara aleatório a arrastasse para uma cabine, e logo depois um amigo dela apareceu para ampará-la (curiosamente, o mesmo cara que havia chupado o sr. Fetichista na fila do banheiro).

Fomos para o bar, em busca do último drink antes de voltarmos para casa. A mulher que dividimos na cama coletiva nos viu, sorriu pra nós e fez um “❤️” com as mãos; retribuímos, felizes em saber que tinha sido tão bom pra ela quanto foi para a gente. Criolo canta que “não existe amor em SP”; não sabemos se ele está certo ou não, mas podemos com certeza afirmar que a putaria existe, sim!

P.S. #1 – Pornhub (maio/24): apagamos nossa conta no Pornhub, por isso o vídeo que foi originalmente publicado neste post foi excluído.

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2 comentários em “Não existe amor em SP (mas putaria, sim!)”

  1. Pingback: Mães, estamos no UOL! – Casal Fetichista

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