Temos esse site há mais de um ano, e com o passar do tempo ele foi se tornando mais que uma válvula de escape do nosso exibicionismo. Percebemos que as pessoas curtem nossos textos, nossas fotos, e isso acaba nos ajudando bastante na hora do flerte. Dá para dizer que ele virou um “portfólio” nosso, um lugar em que contamos as nossas experiências e mostramos aos interessados o que somos capazes de fazer.
Contudo, esse site tem duas diferenças para um portfólio tradicional. A primeira delas, mais sutil, é que não colocamos todas as nossas melhores experiências aqui. Algumas das mais marcantes putarias que já fizemos ficaram de fora por pura falta de tempo para escrevermos os relatos, ou então por decisão editorial: mesmo tendo sido deliciosas para nós, corriam o risco de parecer, aos olhos dos leitores, repetições de publicações passadas. A segunda diferença é bem mais profunda: ao contrário de um portfólio convencional, aqui relatamos também as nossas falhas, derrotas e cagadas. Somos um casal real, normal, e como todo mundo estamos sujeitos a problemas e frustrações. Por sorte, no que diz respeito à putaria, nós quase nunca nos fudemos, metaforicamente falando; mas, temos dois “fracassos” que nos incomodam um pouco por causa tanto das expectativas que criamos quanto do tempo que investimos neles. Ambos, coincidentemente, envolvem a mistura entre dinheiro e sexo, que em outros momentos já nos deixou muito satisfeitos.
1: Nossa (in)experiência como casal de programa
A relação entre sexo e dinheiro nunca foi tabu para nós. Na realidade, só temos um problema com sexo pago: somos pobres, e falta dinheiro para fazer isso mais vezes. Assim, surgiu com muita naturalidade o pensamento de estarmos no outro lado do PIX: “e se a gente ganhasse dinheiro para fuder?”. Sejamos razoáveis, ao menos no papel a ideia é boa demais, e há pouco mais de um ano resolvemos colocá-la em prática.
A gente sabe que há pessoas que sentem tesão nessa idéia, de serem pagas para transar, e têm a fantasia de se passar por garota(o) de programa ao menos por uma noite. Talvez isso esteja relacionado com a transgressão envolvida em um comportamento que é recriminado pela nossa sociedade, ou quem sabe na submissão que existe em, naquele momento, ter que obedecer às ordens do seu cliente. Para nós, no entanto, isso não era uma fantasia ou fetiche, mas sim a possibilidade de ganhar um dinheiro extra que seria “reinvestido” em outras atividades envolvendo putaria.
Nossa primeira atitude foi decidir que: (1) só atenderíamos juntos; (2) dado que não precisamos desse dinheiro para viver, escolheríamos a dedo os eventuais clientes. Fizemos uma pesquisa de mercado e descobrimos que até havia alguns casais de programa em nossa região, mas com anúncios muito toscos. Escolhemos não anunciar nos principais sites de acompanhantes, tanto por razões de economia quanto por achar que provocariam uma demanda que não conseguiríamos lidar. Assim, fizemos um anúncio gratuito em um portal para acompanhantes relativamente desconhecido, Erosguia, e criamos o nosso próprio site, casaldeprogramarj.com (sim, desativado, como explicaremos adiante. Quem quiser ter uma noção de como era, dá pra ver aqui através do Internet Archive). Nós gostamos dessas coisas, então nos esmeramos: fizemos um ensaio especial, escolhemos um layout bem legal, e bolamos um texto que, humildemente, deveria estar pelo menos concorrendo a um leãozinho em Cannes:
“Sobre nós
Qual o seu desejo? O que você tem vontade de fazer, mas nunca conseguiu colocar em prática?
Talvez seja assistir a um casal fudendo de pertinho, ao vivo…
Talvez você – homem ou mulher – queira participar de um ménage, mas até hoje não teve essa chance.
Ou, quem sabe, você casal que chegou até aqui, tenha a vontade de fazer uma troca de casal, ter novas experiências, mas de uma forma que não interfira no seu relacionamento…
BDSM? Inversão? Submissão? Fetiches inusitados e diferentes? Adoramos!
Nós podemos realizar essas e outras fantasias. Somos um saudável casal de namorados na casa dos trinta e poucos anos, livres de pudores quanto a sexo. Não somos padrões, mas somos criativos e gostamos de putaria. Decidimos unir o útil ao agradável, e juntos oferecemos nossos serviços a quem está na busca por prazeres de maneira segura, sigilosa e discreta.
Somos calmos e respeitosos. Não somos adeptos de violência e agressões, e não toleramos e nem fazemos uso de drogas ilícitas. Na cama, não fazemos anal, e não rola bi masculino – e, nunca é demais lembrar, sexo apenas com camisinha!
Atendemos em hotéis e motéis da Guanabara e suas adjacências.
Contato
Isso para nós é uma diversão, não um meio de vida. Damos prioridades às nossas carreiras e intimidades, por isso temos uma disponibilidade reduzida e priorizamos o sigilo. Assim, não fazemos contato por Whatsapp, mas apenas por email (casaldeprogramarj@hotmail.com), e pedimos que agendamentos sejam realizados com antecedência.
Casais: para evitar fakes e para garantir que todos estejam na mesma sintonia, preferimos que os contatos feitos por casais sejam iniciados pela mulher.”
O leitor mais perspicaz deve estar se perguntando “Ué, mas porque vocês simplesmente não criaram um anúncio aqui, nesse site? Pra quê o trabalho de montar uma outra página só pra isso?”. Bem, não queríamos que pessoas que estivessem a fim da gente viessem aqui, olhassem o anúncio, e ficassem em dúvida – “será que vão cobrar de mim?” – ou mesmo tivessem algum tipo de preconceito. Além disso, se qualquer coisa desse errado, poderíamos simplesmente apagar tudo, e nunca ninguém ficaria sabendo. Contudo, surpreendentemente, quase fomos descobertos: mandamos algumas fotos para o finado site “Seio das Esposas”, que eles postaram nos identificando apenas como “Casal de Programa RJ”; imagine nossa surpresa quando vimos o seguinte comentário por lá:
Recebemos dezenas de contatos ao longo do tempo em que o site e o anúncio ficaram no ar. A maioria absoluta veio de solteiros, muitos deles num grau de semi-analfabetismo que nos desanimava – sério, quem manda um email contendo apenas o texto “Boa tarde vi seu anuncio”? Acabávamos respondendo mesmo assim, mais por uma questão de educação. Os poucos que sabiam escrever normalmente demonstravam uma certa vibe “comedor” que não nos atrai, então também eram descartados. Apenas um contato realmente nos atraiu – o cara era totalmente submisso, dizia coisas como “Me interessaria ser feminizada e dominada”, mas, infelizmente, nossas agendas não bateram e ele sumiu.
Houve dois contatos de casais, ambos buscando sua primeira troca, mas também não foram pra frente, um por problemas de agenda e outro por questões pessoais dos possíveis clientes. Mulheres? Zero procura por parte delas.
“Mas, por que não continuam tentando?” Simples: manter um site, por mais simples que seja, custa dinheiro. Como se aproximava a época de renovação anual de hospedagem e domínio, achamos por bem cancelar tudo e utilizar essa (falta de) experiência como um tema para escrevermos aqui. Decidimos pendurar nossas chuteiras sem nem ter entrado em campo, e isso nos frustra um pouco.
2: Nossa incompetência como corruptores
O quê gostaríamos de ter feito, e falhamos, é convencer alguém que não seja garota de programa a fazer sexo conosco em troca de dinheiro. Isso nos atrai porque estaríamos convencendo a pessoa a fazer algo que, até aquele momento, iria de encontro às convicções, aos valores dela. Há um duplo prazer aí: a massagem no ego causada por perceber nossa capacidade de persuasão, e, principalmente, o tesão em saber que estamos corrompendo, desencaminhando alguém – já tratamos disso aqui, em um de nossos textos sobre smoking fetish, quando mencionamos a corrupção envolvida no ato de fumar. Saber que a pessoa vai encontrar prazer num ato que antes condenava, e talvez até mude de idéia a respeito dele, é a cereja deste bolo malicioso.
Nossas tentativas frustradas envolveram quase sempre camgirls e garotas que vendem packs de fotos. Nosso raciocínio parte do princípio que, dado que elas já trabalham com conteúdos sexuais, talvez sua resistência em aceitar uma proposta para um encontro real seja menor. Contudo, essa premissa se mostrou furada na maioria das vezes, e, honestamente, não entendemos o motivo por trás das negativas. Para quem vende fotos ginecológicas a R$ 10, qual a razão para não aceitar – e, muitas das vezes, até se recusar a ouvir – uma proposta que lhe renderia muito mais dinheiro e quem sabe fosse até prazerosa? Ok, talvez seja uma tentativa de manter alguma parte de si “isolada” da putaria, uma reserva da inocência há tanto perdida; ou, quem sabe, ter um pouco de conforto psicológico, uma eventual justificativa para um auto-perdão. Isso nos lembra as GPs ou swingers que fazem de tudo mas se recusam a beijar: independente da razão, acaba soando como hipocrisia para nós.
Uma única vez chegamos perto de alcançar esse objetivo, mas tivemos que desmarcar por problemas inesperados de saúde. Não tentamos remarcar com a garota, uma vendedora de packs, porque pensamos bem e percebemos que as chances de insucesso eram grandes: ela era lésbica (o Sr. Fetichista apenas assistiria a interação dela com a Sra. Fetichista), passiva, e bastante inexperiente. Nossa sensatez deu as caras, e achamos por bem não insistir.
Ao contrário de nossa frustração anterior, esse desejo ainda não foi colocado de lado. Continuaremos a tentar, mas mudando de alvos – por exemplo, talvez sugar babies ainda não assumidas sejam um objetivo mais fácil, ou quem sabe aquela mulher “comum” que busca discretamente levantar uma grana rápida para satisfazer algum desejo de consumo. De uma forma ou de outra nossa busca prosseguirá, e provavelmente vocês serão presenteados com um belo relato quando ela chegar ao seu final.
Quer reclamar dizendo que, se soubesse, teria pago por um programa com a gente? Deseja pedir dicas sobre como anunciar em sites de acompanhantes e começar uma nova carreira profissional? Ou, simplesmente dizer que não é GP mas toparia ganhar uma graninha e nos ajudar a realizar nossa fantasia? Deixe seu comentário, ou mande um e-mail para contato@casalfetichista.com.
P.S.: editado em outubro/22 para retirada de links endereçados ao site “Seios das Esposas”, que saiu do ar.
Vocês são demais! Espero muito que essa aventura dê certo. Acho muito interessante que exploram essas áreas do prazer como um casal, muita confiança envolvida. Ah, que fotos deliciosas!
Se refere a parte de “corrompermos” alguém, certo?? Continuamos tentando, um dia vamos conseguir!
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Bom dia casal,
Conheci o site de vcs hoje e estou encantado. Pena não ter conhecido vcs antes…adoraria conversar mais com vcs sobre um possível atendimento.
Att,
Cláudio Blues
😉
Esqueci de me apresentar, me desculpem.
Sou casado, 51 anos. Esposa infelizmente não participa ainda dos meus fetiches ( Inversão, podolatria e Cuckold ), ela é super careta no sexo, vem de família super tradicional.
Venho tentando quebrar a resistência dela, mas está bem difícil, Infelizmente…
Att,
Cláudio Blues
Considerando que ela tenha uma idade parecida com a sua, sejamos honestos: é praticamente impossível que ela mude de idéia a essa altura do campeonato. Pelos seus outros comentários, você já percebeu a solução mais adequada a esse caso (considerando que a separação não seja uma opção), que é a “terceirização” da diversão. Apenas se cuide, seja discreto, e vá ser feliz!
Eu comeria você e chuparia o Sr. Fetichista, fácil fácil. Que rola mais linda!
Olá! Bem, agradecemos o elogio, hahaha!
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