Somos um casal curioso, mas careta. Estamos na metade da casa dos trinta, e nunca havíamos experimentado nenhum tipo de droga ilegal. A maior parte de nossos amigos e colegas não usa nada (até onde sabemos), e, sempre que nos foi oferecido algo, a resposta foi um “não, obrigado”. Simplesmente não havia o interesse, a curiosidade, em experimentar algo que não pudesse ser comprado legalmente.
Apesar do desinteresse genuíno, esse assunto veio à tona um dia desses qualquer. Obviamente não recordaremos as circunstâncias exatas (enquanto bebíamos? talvez) mas o fato é que acabamos relacionando isso à putaria, e passamos a elucubrar sobre como seria transar chapados. Já fudemos (ou tentamos fuder) bêbados, e a experiência é divertida – às vezes mais no sentido de engraçada do que prazerosa, mas mesmo assim interessante. Como seria fuder sob o efeito de outras substâncias? O prazer é maior? Como as sensações são diferentes? A partir desse momento, a curiosidade venceu a falta de interesse, e passamos a considerar a idéia seriamente.
Ecstasy e maconha foram as opções escolhidas. A “bala” é mais complicada de se conseguir, mas ainda continua em nossa lista porque, dentre os dois, é a com maior capacidade de interferir na experiência sexual. Em menor grau, isso também ocorre com a maconha – os receptores endocanabinóides, responsáveis por absorver o THC, CBD e CBN presentes na cannabis, estão presentes em diversas áreas do corpo associadas à reprodução, prazer e desejo.
O Xapa Xana
Não fomos de cara até a boca de fumo comprar um beck, claro. Nos lembramos que, em algum lugar, já tínhamos lido sobre lubrificantes íntimos à base de maconha. Eles não deixam chapado, mas aumentariam a sensibilidade da região genital feminina, o que pode facilitar/potencializar orgasmos, e decidimos começar nossa jornada canábica a partir deles.
Pesquisamos e encontramos diversas menções a respeito do Xapa Xana, de origem uruguaia. Conseguimos comprá-lo via internet, na La Cucaracha. O produto, entregue pelos Correios, veio em um pequeno frasco plástico, junto de uma revistinha (zine) artesanal, tudo dentro de um discreto envelope pardo.
O primeiro uso foi em casa, logo que recebemos a encomenda. Houve uma certa decepção, pois o efeito foi praticamente zero: nada dos prometidos orgasmos fáceis e duradouros. Na segunda chance, contudo, finalmente aconteceu o que esperávamos. Em uma ida ao motel, com a ajuda de nossa grande amiga (já falecida, RIP) varinha mágica, o Xapa Xana cumpriu o prometido: uma ultrasensibilidade na buceta que levou à uma sequência gozadas. Contudo, ainda temos a dúvida se o efeito seria o mesmo em um contexto diferente, mais cotidiano, como na primeira vez.
Indo além: sexo após fumar maconha
O Xapa Xana satisfez parte de nossa curiosidade, mas não respondeu à pergunta “como é fuder chapado?”. Assim, lentamente o assunto ressurgiu entre nós, e fomos maturando a ideia de, eventualmente, fumar maconha e ver como seria.
Se o lubrificante foi fácil de encontrar na internet, com o beck a história foi bem diferente. A coisa foi bem mais difícil, mas no final conseguimos o produto desejado e aprendemos a usá-lo.
Fizemos uso “social”, com uma amiga. Dividimos um beck e depois um bong com ela. Já naquele momento, os efeitos foram diferentes em cada um de nós dois. Eu me senti mais relaxada, mas não fora do ar, sem efeitos na libido naquele momento. Os olhos vermelhos vieram, mas não tive aquela sensação de achar graça em coisas aleatórias. Já o sr. Fetichista teve uma onda diferente: ficou mais calado, mais concentrado segundo ele, mas rindo descontroladamente de coisas simples.
Logo depois nos despedimos de nossa amiga e fomos para casa, ainda sob o efeito da maconha, para finalmente matarmos nossa curiosidade. Dá pra dizer, sem sombra de dúvida, que o sexo foi diferente para ambos. Eu tive vontade de me tocar enquanto era comida. Isso acontece às vezes, claro, mas a grande diferença foi que, dessa vez, eu não deixei de me tocar após gozar. Gozava, e continuava me masturbando enquanto o sr. Fetichista me comia. Gozava e me tocava, gozava e me tocava, em uma sequência deliciosa. A sensibilidade era diferente: eu estava mais sensível, era mais fácil gozar, mas não havia aquela hipersensibilidade pós-orgasmo que sempre me faz parar. Para o sr. Fetichista a coisa bateu de uma forma um pouquinho diferente: a capacidade de concentração dele foi alterada, era como se ele conseguisse se concentrar individualmente nas diferentes sensação, nos diferentes toques. O sexo pareceu mais lento, com um controle muito maior sobre quando gozar.
Tentamos repetir a experiência dias depois, com o bong, mas o resultado foi bem diferente. Minha cabeça pesou, bateu o sono, enquanto no sr. Fetichista os efeitos foram muito mais fracos do que na primeira vez. Acabamos bebendo, ficando doidões, e nem fudemos.
Em resumo: a primeira experiência foi muito boa, a segunda nem tanto. Repetíriamos? Sim. Sem fazer apologia, mas é uma experiência sexual que vale a pena ser vivida. Não é viável realizá-la frequentemente, mas, eventualmente, por que não?
Nossa que relato legal.. quero ver outras histórias q mais maconhas
Já te falamos… Você ainda vai estrelar uma história aqui!
Que experiência inusitada! “Confesse: você está aqui pelos peitos.” É…rs mais pelo Casal Fetichista. Abraços!
Hahahaha!
Agradecidos pelos comentários!
Na pandemia eu e minha esposa resolvemos tentar e foi mágico. Transamos a noite toda, gozamos juntos varias vezes, paramos apenas pra beber água e beliscar alguma comida e voltamos pra foda.
Foi lindo, nunca tínhamos fumado, porém depois da experiência repetimos umas 4 vezes e em todas elas foi perfeito, porém da última vez que fumamos havia uma amiga junto conosco, e por conta de estarmos chapados e já ter relacionado sexo e maconha na nossa mente acabou rolando um ménage não planejado. Rimos de tudo isso depois mas passamos algumas semanas com peso na consciência kkkk
Por que o peso na consciência???
Nunca pensamos em abrir o relacionamento, já estamos a 8 anos casados. Foi algo novo e estranho para nós, que talvez se estivéssemos sóbrios nunca teria acontecido, por isso o peso na consciência. Porém após a experiência ficamos mais “safados” se posso dizer assim e deu uma mudada em como agimos no sexo um com o outro, tudo ficou melhor, mas ainda não tivemos a oportunidade de tentar um menage ou algo parecido novamente.
Pensamos que isso não deveria ser motivo de peso na consciência. Era um desejo de vocês, que acabou aflorando sob o efeito da maconha. Não há nada errado nisso, não há pelo quê se culpar.
Dica? Amadureçam a idéia de fazerem um menage sóbrios, e com alguém sem vínculos emocionais – uma GP, por exemplo.
Eu e minha esposa tbm fizemos isso, mto bom. Desperta sensibilidade ao toque de ambos e ela se molha bastante. O resultado é um sexo com movimentos lentos e mtas carícias. O engraçado é que a idéia venho de um casal de amigos que nunca imaginamos que faziam isso, não combinava com eles isso.
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