Pular para o conteúdo

Dúvida do leitor: é traição ou não?

Recebemos esses dias um bonito email de um leitor, que terminava com o seguinte questionamento:

Ultimamente um assunto que tem me interessado muito são as massagens voyeur e Nuru. Vocês conhecem ou já experimentaram? Gostaria de saber se vocês consideram a realização de uma sessão dessa massagem com uma profissional como traição.

(Contextualizando: massagem nuru é um tipo de massagem em que a terapeuta – normalmente nua – usa não somente as mãos, mas todo o seu corpo para aplicar a massagem. Não é incomum essa massagem terminar em algum tipo de contato ainda mais íntimo, a depender do estabelecimento e da profissional contratada para este tipo de serviço. Vamos considerar aqui que nosso leitor está num relacionamento, e que ela não sabe dessa sua curiosidade por massagens – ou, se sabe, a ignorou por uma razão ou outra.)

Mulher nua ajoelhada em posição de submissão
Imagine esse corpo, essas mãos, te massageando por inteiro…

A visão dele

Isso ser traição ou não depende de como o relacionamento de vocês está organizado. Se você contar a ela antes, e ela concordar, obviamente não é – mas, acredito que não seja esse o caso, caso contrário o conflito não existiria. Se vocês têm um relacionamento tradicional, no qual ela espera que você não fique com outras pessoas, então, sinto lhe informar mas é traição sim – afinal de contas, ela certamente não espera que uma mulher nua troque carícias com você, ela confia que você não fará isso. A partir do momento em que você quebra essa confiança, a traição está caracterizada.

A visão dela

Vivemos em um mundo machista em que a sexualidade masculina permite tudo e a feminina nada, e por isso eu talvez aja como uma “defensora de homens”, como falam as feministas, quando o assunto é sexo. Primeiro que mulheres são criadas com a divisão “mulheres para casar/mulheres para trepar”, e a mantém mesmo após alcançar o altar, o que faz com que homens como nosso leitor carreguem uma culpa cristã por querer continuar a explorar a sua sexualidade. Por outro lado, a mulher tem aquela sensação de “porto seguro” por ter enfim colocado um anel no dedo e assim ser digna de respeito.

E entre 4 paredes esse casal continua a perpetuar esse pensamento digno da Idade Média e não tratam de conversar sobre suas vontades, curiosidades e aflições sexuais… A mulher acha que o cara bater uma punheta é um absurdo, o cara por sua vez não faz essa mulher gozar e nem a incentiva a fazer isso sozinha, e aí a coisa escalona de tal maneira que temos um homem se sentindo culpado por querer sentir uma nova sensação.

Ao invés de ficar se remoendo de culpa, porque você não chega na sua parceira, apresenta a ela massagem, fala sobre os benefícios que isso pode trazer ao casal, e a convida para fazer também? Pode ser uma experiência “divisora de águas” e tornar o relacionamento de vocês ainda mais gostoso.  Agora, se ela não topar a massagem, lamento por ela, pois perderá a chance de sentir prazer de uma maneira nova – sem contar que te impedir de experimentar isso é um egoísmo. E, tem também um outro “mas”: esse papo pode levar vocês a uma extensa DR sobre o que cada um espera do outro na cama, o que precisam alinhar, etc…

Sempre que nos perguntam sobre como abordar a companheira e iniciar esses diálogos difíceis nós sugerimos algum link do nosso site, mas, como nunca tratamos disso antes, talvez seja uma boa ideia dar um Google sobre o assunto, e enviar para ela alguma matéria a respeito. Envie, diga que ficou curioso, pergunte o que ela acha, conte o que te excita, e conversem… Incentive e embarque também nas fantasias e curiosidades dela, afinal, direitos iguais.

E se, ainda assim, ela achar um absurdo você querer sentir prazer, embarque sozinho nessa massagem e divirta-se. Isso não é traição: você apenas estará usando as habilidades de uma terceira pessoa, pagando por isso, e depois cada um voltará para a sua casa sem nenhum vínculo emocional criado.

No que ambos concordam

Ambos acreditam que, se você tem a vontade de experimentar, vá lá e faça – não fique se remoendo em considerações filosóficas, a vida é curta demais para isso. Avalie abrir o assunto pra ela, trazê-la para participar de suas descobertas. Se não for viável, ou não der certo, tente sozinho mesmo, mas lembrando sempre que:

1: se você considera isso traição, pode ser que depois bata uma ressaca moral por quebrar a confiança dela. Pense nisso antes de fazer – se perceber que esse eventual arrependimento pode ser grande, melhor deixar isso de lado.

2: se for fazer escondido, que faça bem-feito, de forma que ela não descubra.

3: caso a massagem evolua para uma putaria mais convencional, proteja-se (e a ela também!): não esqueça da camisinha.

Mulher com os seios à mostra
Seios: fundamentais na massagem nuru – aliás, são fundamentais sempre!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *