Todos os anos o Pornhub divulga um relatório, o “year in review”, que apresenta algumas informações interessantes sobre as preferências do público. Nosso Brasil varonil, por exemplo, é a décima maior audiência do site: os termos mais buscados por aqui são “hentai”, “brasileira” e “milf”, e a categoria que mais apreciamos é “Transgender” (claro, sempre no sigilo, usando aba anônima e limpando os cookies).
A gente se inspirou livremente nesse relatório, e dadas as pequenas diferenças orçamentárias entre nós e o Pornhub, fizemos algo bem próximo, quase igual: a partir dos dados do Google sobre as pesquisas em que fomos mostrados ao longo de 2022, geramos a bela nuvem de palavras mostrada abaixo. Diferentes formas de se buscar um mesmo assunto foram agrupadas – por exemplo, “o que significa xerecard”, “usando xerecard” e “xerecard foto” foram todas consideradas juntas, como “xerecard”. Quanto mais buscado foi determinado assunto, maior a fonte usada para representá-lo no mapa. Simples, bonito, e nos dá uma boa noção sobre o que passa nas cabeças das pessoas quando elas topam com nosso site.
É fácil relacionar os termos mais relevantes com alguns de nossos textos – nós aparecemos na busca sobre “como chupar buceta” por causa do tutorial que escrevemos sobre isso, e somos mostrados para “fumar maconha e transar” por causa de nosso relato sobre sexo canábico. Da mesma forma, os textos sobre nossas visitas às casas de swing cariocas também garantem nossa presença em buscas como “2a2”, “mistura certa” e “asha club rio”. Mas, o que chamou nossa atenção foram outras coisas, que não são tão óbvias assim e exatamente por isso merecem ser mencionadas (em tópicos, respeitem nossa preguiça):
- “como chupar buceta” foi o tema mais procurado, mas apenas porque escolhemos segmentar as diferentes buscas envolvendo maconha. Se tivéssemos agrupado todas elas juntas, seria de longe o tópico em que mais teríamos sido mostrados. Escrevemos até hoje apenas um texto a respeito, e esse volume de impressões mostra o quanto as proibições envolvendo a erva intensificam a curiosidade das pessoas a seu respeito.
- outros assuntos são curiosos por causa daquilo que não foi buscado. Por exemplo, squirt: as pessoas buscam por “relatos de squirt”, “será que tive um squirt” e coisas assim, mas ninguém procurou pelo início – houve zero buscas por “como causar um squirt” ou “como ter um squirt”. As pessoas têm curiosidade pelo fenômeno, mas não querem aprender como chegar lá. (ninguém perguntou, mas o que funciona por aqui é estimular o grelo de forma intensa e repetida, com sugadores/vibradores).
- o tesão de vaca está na mesma situação. Há diversas buscas sobre essa substância mítica, mas nenhuma delas questionando o fundamental: tesão de vaca funciona? (resposta: não. Não há substância legalmente comercializada capaz de aumentar o desejo sexual humano).
- Fetiches: as buscas por “smoking fetish” foram, de longe, as que mais aparecemos. Isso faz sentido, pois falamos diversas vezes desse fetiche por aqui, a ponto de termos uma tag apenas para reunir todos esses posts. Em seguida, aparecemos mais nas procuras por “podolatria”, “onicofilia” e “axilismo”. “Ageplay” vem depois, o que nos surpreende um pouco, visto que aparenta existir por aí bem mais gente com tara em interpretação de idades infantis, do que em unhas ou axilas.
- apesar das diversas buscas envolvendo as casas de swing do RJ, há relativamente poucos questionamentos e dúvidas sobre o swing em si. Todos os que pesquisaram por esse assunto parecem estar absolutamente certos, e apenas precisam saber aonde ir. Nesse ponto, o ménage é mais interessante, e nos provê melhor entretenimento com suas buscas mais peculiares. Nossa preferida: “ménage é pecado”. (resposta: não, não é. Se Deus existe, ele prefere que você seja feliz; ademais, num universo tão complicado, não seria egoísmo achar que a SUA vida sexual interessa tanto assim a Ele?)
- Ficamos felizes ao ver que fóruns de acompanhantes aparecem em nosso mapa. Mesmo sendo ambientes tipicamente masculinos – para os incautos, tratam-se de comunidades em que os clientes compartilham suas avaliações dos serviços prestados por garotas de programa – gostamos de perceber que, numa era de reels e Tik Toks, a putaria escrita ainda tem o seu lugar. Contudo, a alegria de pobre dura pouco: ao escrever este texto percebemos que justamente aquele que o Google mais associou ao nosso site – o Fórum Cutuca, focado em relatos de GPs paulistas – saiu do ar.
- Algumas buscas são inusitadas, e mostram que até o todo-poderoso Google se engana. Temos este ensaio usando lingerie e chamado “God save the Queen”; isso faz com que apareçamos em buscas como “god save the queen lingerie”, que provavelmente são endereçadas a uma marca polonesa de roupas íntimas chamada de “God save queens”. Da mesma forma, no texto em que avaliamos o vibrador líquido usamos as palavras “sex shop” e “lateja” (a flexão do verbo latejar); isso nos faz aparecer para quem procure por “lateja sexshop”, que talvez esteja relacionada a esse sex shop de Natal.
- BDSM: as buscas sobre BDSM nas quais aparecemos são, na maioria das vezes, sobre locais ou eventos relacionados – “clube BDSM no rio de janeiro” ou “evento BDSM”, por exemplo. Por falta de conhecimento (e interesse) nosso, nunca tratamos de coisas mais profundas a respeito do assunto, como regras, o que explica não sermos mostrados em procuras mais “profundas” acerca do tema.
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