Nossas férias tiveram outros episódios de putaria, além da visita a um clube BDSM que relatamos no último post. O principal deles – houve outros, não tão bem-sucedidos, mas que quem sabe serão relatados aqui um dia – foi nossa visita a uma casa de swing. Não foi nossa primeira experiência em um local assim, pois já havíamos ido à 2a2 no Rio, mas, foi algo tão mais legal, tão diferente do que passamos antes, que não podíamos deixar de relatar.
A cidade em que estávamos possui alguns estabelecimentos do tipo, em uma quantidade até interessante considerando o tamanho de sua população. Escolhemos uma que, pelo perfil no Instagram, dava pra perceber que tinha uma boa estrutura – sim, estamos chegando naquele ponto da vida em que coisas como “estrutura” e “conforto” passam a ser consideradas ao se escolher lugares para diversão, mesmo que seja para putaria. Como tantos outros locais do tipo, eles não se definem como casa de swing, mas sim como “balada liberal”. Na prática, para nós não faz diferença, mas certamente esse eufemismo já ajudou algum libertino a convencer uma parceira puritana a experimentar diversões menos convencionais.
Numa noite fria de quinta-feira pedimos o Uber e iniciamos nossa aventura. Ao chegar, fomos recebidos por uma moça que chamou nossa atenção por sua beleza e simpatia, a ponto de torcermos para que ela participasse da noite de outras formas também. Ela nos apresentou ao gerente; explicamos que era nossa primeira vez lá, que éramos turistas, e ele gentilmente nos mostrou a casa toda. De fato, acertamos quanto à estrutura, ampla e muito bem cuidada. No térreo, além da recepção, havia uma pista de dança grande, com quatro pole dances e rodeada de mesas e camarotes. Ao lado, um bar e uma chapelaria, e entre eles a passagem para um ambiente externo, que incluía um fumódromo. Após a chapelaria, uma entrada para algumas suítes de uso exclusivo dos casais. No segundo andar, mezaninos acima da pista de dança, com uma boa visão do que acontecia lá embaixo, e diversos ambientes com entrada liberada de solteiros, incluindo um darkroom e cabines com glory holes.
Após a apresentação compramos um drink e fomos para o mezanino entender o contexto. Dava pra perceber que a casa estava relativamente vazia, resultado do frio e do dia da semana. Os solteiros estavam em maior número, claro, com alguns poucos casais e, surpresa, uma quantidade até razoável de solteiras. Era noite da tequila liberada, servida por duas interessantes tequileiras de lingerie na pista de dança. Com o teor alcoólico elevado e incitados pela dança provocante, obviamente nos aproveitamos da situação e até tentamos ir além com elas, que infelizmente mantiveram seu profissionalismo.
O aumento dos níveis alcoólicos também fez com que meu fogo crescesse. Me joguei no darkroom com o sr. Fetichista, e enquanto estávamos numa pegação gostosa entre nós dois fui surpreendida não por um, mas por três paus a mais à minha disposição. Caí de boca, e fiquei tão animada que avisei que iria para o glory hole e brincaria com eles de dentro da cabine. Foi bom, mas era muita coisa pra mim naquele momento; a tequila me deixou zonza e sem nenhuma coordenação para aproveitar adequadamente aquilo tudo. Acabei desistindo, ao som de súplicas – “poxa, eu fui o primeiro a colocar a camisinha e fiquei sem!”. É, amiguinho do swing, a vida é cruel.
Decidimos sair da muvuca e ir para o fumódromo, certamente mais vazio. Não fumamos, mas tínhamos levado nossos pods pensando nas possibilidades de interação social. Deu certo: encontramos um casal por lá, e puxamos assunto. Ambos eram mais novos do que nós, na casa dos vinte e poucos, e era a primeira vez dela num ambiente como aquele.
Ajudado pelo álcool, o sr. Fetichista logo tomou a iniciativa e beijou nossa nova amiga, que correspondeu. Nós quatro nos encaminhamos para um dos ambientes exclusivos para casais, vazios àquela hora. Não houve muita conversa, a troca de casal simplesmente rolou.
O sr. Fetichista foi o primeiro homem diferente de nossa amiga após cinco anos de relacionamento. Isso pesou para o outro cara, que deu uma surtada e simplesmente sumiu do mapa, desapareceu do lugar em que estávamos sem falar nada. Só depois, num papo de banheiro proporcionado pela repentina amizade entre mulheres embriagadas, é que entendi o que rolava entre eles. O relacionamento era abusivo, ele a traía e inclusive tinha um filho com outra mulher. Confesso que, de certa forma, me senti vingada por ela, ao saber que ele não segurou a barra de vê-la com outro e provou de seu próprio veneno.
Enquanto eu fazia às vezes de terapeuta para nossa amiga no banheiro, o sr. Fetichista abordou uma mulher cujas movimentações pela casa tinham chamado nossa atenção anteriormente. Nossas suspeitas se confirmaram: a mocinha, de feições muito apreciáveis, era garota de programa, e a presença dela e de outras trabalhadoras explicava a quantidade relativamente alta de solteiras que havíamos percebido no local. Conversamos um pouco, mas o fato de termos pouco dinheiro em espécie, e o surgimento de uma proposta financeiramente mais interessante – um cara ofereceu uma boa grana para um ménage com ela e uma amiga, também GP – fez com que perdêssemos aquela licitação. Pegamos o Whatsapp, mas ela sequer nos respondeu no dia seguinte, uma pena.
No geral, a energia da casa era uma delícia. Fizemos diversas amizades na pista, ajudados pelo nosso alto teor alcoólico. Depois disso tudo, ainda nos encantamos com uma menina nova e super alto-astral, que virou meu alvo da noite. Ficamos dançando, conversando, e ela flertando, mas não chegou a rolar nada. Já na alta madrugada, sentados no bar, rolou um papo com uma mulher trans; as coisas prometiam ficar interessantes, mas de repente as luzes da casa se acenderam e anunciaram que estavam encerrando as atividades, pois já eram quatro da manhã. Nossa amiga trans tinha ido “resolver alguma coisa” e eu, bêbada fiquei gritando “amiguinha, cadê você?” enquanto saíamos. Essa vergonha foi logo superada pelo sr. Fetichista, que após entrar no Uber colocou a cabeça para fora e gritou para uma outra frequentadora da casa “ei, você! Te como amanhã!”.
Nós sempre tentamos cumprir nossas promessas, na medida do possível, e assim retornamos à casa na noite seguinte para mais uma rodada de prazeres e diversão. Dessa vez, o lugar estava lotado, e a atração da noite era um conhecido funkeiro da região, que até lembrava o finado Mr. Catra. Contudo, antes do funk fomos torturados com as mesmas músicas sertanejas que odiamos da outra vez em que fomos a uma casa de swing e que parecem ser a moda atual, infelizmente. Para fugir do péssimo gosto musical, buscamos refúgio no espaço dedicado aos casais, e fomos surpreendidos porque logo depois outros dois casais se juntaram a nós, também tentando proteger seus ouvidos. O fato de todos ali concordarem que não há pau no mundo que fique duro com aquelas músicas levou a um papo delicioso, solto e sem pudores. Nós nos sentamos à cama com um dos casais ao nosso lado, enquanto o outro – justamente o que parecia ser mais expansivo e com mais experiências, no papo inicial – ficou em pé, nos observando. Logo o sr. Fetichista começou a masturbar a moça, que me beijava, e o par dela apenas assistia. Quando o sr. Fetichista fez menção de chupá-la, ela delicadamente se recusou; rolou uma leve pegação entre nós mulheres, com um oral meu nela, e depois ela nos assistiu fudermos por um tempo, me beijando e acariciando meus seios enquanto o sr. Fetichista me comia – o marido dela apenas assistia, e o outro casal tinha sumido dali. Em determinado momento paramos, ela deu a entender que estava satisfeita, e começou a se vestir. Foi legal, mas honestamente até hoje tentamos entender o que houve: qual era o acordo entre eles? Ela pegar só mulheres, e ele apenas assistir? E o outro casal, que era a empolgação em pessoa mas sumiu? Nunca saberemos.
Como já haviam trocado o repertório musical, rodamos um pouco pelo lugar e acabamos nos acomodando no mezaninno, avaliando possíveis alvos para a noite. Apesar da casa estar bem mais cheia do que na noite anterior (ou, quem sabe, talvez por isso mesmo) não conseguimos encontrar nada que nos chamasse a atenção, e rumamos para o fumódromo. Por lá esbarramos em um monte de gente, socializamos, mas nada que desse resultados práticos. Algumas garotas chamaram nossa atenção, mas elas eram novas demais, especialmente em comportamento: só andavam em grupo, como se estivessem na quinta série, o que dificultava a abordagem. Uma delas disse que estava lá dando um perdido no namorado (admiramos e estimulamos), e a outra, quando soube que éramos do Rio, disse que um dos sonhos dela era vir pra cá e se relacionar com um traficante… Enfim, sem sucesso, retornamos à parte interna da casa.
Para minha surpresa, a primeira pessoa que encontramos quando voltamos para dentro foi a minha crush do dia anterior, com o mesmo alto-astral e desenvoltura que tinha chamado minha atenção antes. Seguimos para a pista de dança, ela subiu no pole dance, tirou o vestido e começou a rebolar, enquanto outras mulheres aleatórias dançavam conosco, me beijando e caindo de boca nos meus seios, graças ao decote bem interessante que eu usava. Ao sair, puxada por minha crush para o fumódromo, ganhei um tapa na bunda da amiga que tínhamos pego anteriormente, e que também estava lá se deliciando com as dançarinas do pole.
A caminho do fumódromo minha crush encontrou e arrastou um casal conhecido dela. Bebemos bastante, rimos, nos divertimos, mas estava rolando um desencontro ali: minha crush estava interessada na metade feminina do casal; a outra metade queria me comer, mas não era recíproco. Para completar o limbo, o sr. Fetichista não fazia muita questão de pegar a mulher, que pelo menos também não estava afim dele. A gente foi percebendo o impasse, o pique foi diminuindo, o frio batendo, até que resolvemos tirar o time de campo, voltar para nosso apartamento e nos entregar ao sono e ao cansaço.
Nossas impressões finais, após essas duas noites? Foi tudo muito legal, melhor do que esperávamos. Não sabemos explicar exatamente o porquê de ter sido tão melhor do que nossa primeira experiência em uma casa de swing, mas, talvez tenha a ver com a receptividade geral das pessoas, ou quem sabe porque todo mundo, no final das contas, estava lá para se divertir sexualmente, sem muitos poréns.
Vivendo a vida a dois intensamente. Parabéns pela coragem.
Eu tenho percebido que aqui no RJ o povo vai pras boates pra socializar, e não pra transar. Inclusive em uma das festas que fomos tinha uma menina de SP indignada, que já tinha ido em vários lugares e a mesma falta de animação foi observada. O jeito é curtir apenas a dois e aproveitar os ambientes.
Considerando a experiência que tivemos juntos aqui no RJ, achamos que talvez nem isso… É quase como se as pessoas fossem, mas para ficar nos seus mundinhos particulares, sem socializar e muito menos fuder. Conversamos entre nós a respeito, e achamos que talvez tenha a ver mais com a vibe da casa que visitamos aqui; esperamos honestamente que as outras – temos Asha e Mistura Certa na nossa lista – tenham um clima diferente, um público mais disposto a fuder de fato.
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Que relato delicioso, amei !
E que foto mais linda e sensual no final do texto, meus parabéns.👏👏👏
Cada vez mais encantados com vocês.🔥💞
Agradecemos as palavras!
Adorei esse relato, sou casal SW à 11 anos e as dificuldades são quase as mesmas. Creio que isso acaba sendo uma regra do meio. Mas enfim, continuemos as buscas. Abraços.
Agradecemos o comentário! Então, outras pessoas também já nos disseram ter as mesmas dificuldades, ou seja, infelizmente isso é mais comum do que pensamos. Mas, como você mesmo apontou, continuemos, afinal a procura é sempre deliciosa! Beijos!
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